Artigos de Opinião

Como atrair e reter talentos? Ouvir, gerir informação e agir

7/10/2022

Empresas centradas nas pessoas, que respondam a preocupações comuns é a resposta na retenção de talento no setor da tecnologia. João Gomes, Chief Operating Officer na Adentis, fala sobre a sua perceção destes importantes temas à RH Magazine.

O setor de Inovação e Tecnologia vive numa realidade um pouco paralela em relação a outros mercados: está constantemente disposto a receber profissionais qualificados, tem uma dificuldade elevada em os identificar e reter. A principal razão continua a ser a necessidade de se ouvir aquilo que os colaboradores querem. É necessária uma constante adaptação de modelos de trabalho, benefícios e valores da empresa.

Os Millenials e a Geração Z procuram uma entidade empregadora que encare os seus colaboradores como seres humanos e que se guie por um ideal de respeito pelos outros. Isto abrange a consideração pelo tempo, pelo ambiente e por características que fujam dos padrões vigentes. O work-life balance e a responsabilidade social corporativa tornaram-se requisitos impactantes na altura em que os jovens escolhem onde querem trabalhar. Os modelos híbridos e full remote chegaram às empresas para ficar. Com a eliminação das barreiras físicas e geográficas, caminha-se em direção a um ecossistema laboral cada vez mais global e alarga-se a audiência passível de ser recrutada.

Especificar necessidades para agarrar um todo

A exigência cada vez mais patente dos colaboradores faz com que os RH precisem de assumir um papel ativo no dia a dia laboral destes. A comunicação regular e personalizada é um ponto de partida fulcral para a criação de uma estratégia de retenção de talento. Mas ouvir atentamente sem mergulhar em ações que reflitam a concretização dos desejos individuais acaba por ter um efeito precisamente oposto ao procurado. A equipa precisa ter uma voz ativa e não apenas fazer um pequeno burburinho num canto de uma sala lotada. Para garantir essas condições, as empresas têm que criar canais de receção de feedback e motivar todos os elementos a serem ativos nos mesmos. Depois, segue-se a análise dos dados.

Com a multiplicidade de informação a ser gerida, é preciso criar touching points: um sistema centralizado em cada pessoa, mas que crie um relatório comum, com as preocupações mais frequentes a serem destacadas. O processo final é colocar mãos à obra e não deixar estas preocupações esquecidas numa folder dentro de uma outra folder. Num ecossistema cada vez mais global aumentam as possibilidades de expansão de negócio e de equipa, mas também as dificuldades em reter talento. Preservar quem temos connosco é mais importante que nunca.

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